O juiz federal Gregory Presnell, dos Estados Unidos, marcou para 9 de abril uma audiência a fim de esclarecer supostos indícios de fraude nos registros migratórios de Filipe Martins. A defesa de Martins alega que ele não viajou aos Estados Unidos no final de 2022, ao contrário do que foi apontado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o manteve preso por seis meses.
Filipe Martins foi assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República durante o Governo Bolsonaro. Sua defesa apresentou ao STF dados de geolocalização de antenas de telefonia que indicam que o celular dele estava em Brasília no dia 30 de dezembro de 2022, data em que Bolsonaro viajou aos Estados Unidos. A operadora também apontou que o aparelho foi captado em Curitiba no dia seguinte e, posteriormente, em Ponta Grossa.

A companhia aérea Latam também confirmou que Martins embarcou para Curitiba em 31 de dezembro de 2022, apresentando comprovantes de bagagens despachadas de Brasília para Curitiba, bem como fotos de Martins e sua esposa com amigos na região de Ponta Grossa, para onde se dirigiram de carro após desembarcarem na capital paranaense.
Na audiência, serão discutidas as alegações iniciais da ação, as datas e as etapas do processo, além de quando e por quem os dados foram inseridos nos sistemas do Departamento de Segurança Interna (CBP). O caso pode revelar o uso de dados forjados em território estrangeiro a fim de manter a prisão de um cidadão brasileiro, além de um possível envolvimento de autoridades brasileiros na ação.
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