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Internacional

EUA e China selam acordo comercial com foco na exportação de terras raras

O atual acordo foi firmado após duas rodadas de negociações realizadas em Londres, no início deste mês.

A China e os Estados Unidos chegaram a um novo acordo comercial após a última rodada de negociações realizada em Londres, informou nesta sexta-feira (27) o Ministério do Comércio chinês. O entendimento prevê a flexibilização das exportações de bens controlados por parte de Pequim — como as chamadas “terras raras” — e o cancelamento de medidas restritivas adotadas por Washington.

Segundo comunicado da pasta chinesa, após negociações na capital britânica, as equipes mantiveram “comunicação próxima” e, com a devida aprovação dos líderes, “ambas as partes confirmaram os detalhes do acordo”. A nota indica que a China irá “revisar e aprovar os pedidos de exportação de bens controlados que cumpram os requisitos conforme a lei”, referindo-se principalmente às terras raras — minerais essenciais para setores como defesa, tecnologia e indústria automotiva, cuja exportação foi restringida por Pequim desde abril.

Foto: Reprodução/FacebookDonald Trump, presidente dos Estados Unidos
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

Em contrapartida, os Estados Unidos se comprometeram a suspender “uma série de medidas restritivas contra a China”, embora o governo chinês não tenha detalhado quais seriam essas ações. A expectativa, segundo o comunicado, é de que as duas potências “encontrem um meio-termo” e respeitem os consensos estabelecidos em uma ligação telefônica entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping no último dia 5 de junho.

A confirmação chinesa reforça as declarações feitas por Trump na véspera, de que os dois países haviam concluído um acordo sobre as exportações chinesas. O presidente norte-americano, no entanto, também não especificou os pontos exatos do pacto.

Foto: Marcos Corrêa/Presidência da RepúblicaXi Jinping
Xi Jinping

O que foi acordado no início do mês

O atual acordo ocorre após duas rodadas de negociações em Londres, no início do mês. Trump revelou que o entendimento inclui tarifas de 55% sobre produtos chineses e uma taxa de 10% sobre bens norte-americanos. A estrutura do acordo busca implementar o “consenso” discutido entre os chefes de Estado, mas ainda dependia de aprovação formal.

As negociações foram retomadas depois de um impasse causado por descumprimentos mútuos de um acordo anterior firmado em Genebra, em maio. Na ocasião, as partes haviam estabelecido uma trégua comercial de 90 dias, na qual a China se comprometia a reduzir suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%, enquanto os EUA diminuiriam as tarifas sobre bens chineses de 145% para 30%.

No entanto, a trégua foi abalada por novas acusações. A China alegava que os EUA descumpriram o pacto ao restringirem exportações de chips de inteligência artificial e software de design de semicondutores, além de ameaças à concessão de vistos para estudantes chineses. Já Washington apontava que as limitações chinesas à exportação de terras raras violavam os termos do acordo.

Caminho para a distensão

O avanço no tema das terras raras — insumo estratégico na fabricação de baterias, veículos elétricos e armamentos — representa uma abertura importante para a retomada de negociações mais amplas. O setor é altamente sensível, dado que a China detém a maior parte da produção mundial e, portanto, forte poder de barganha sobre o fornecimento global.

A guerra comercial entre China e Estados Unidos foi intensificada durante o governo Trump, a partir de 2018, com a imposição de tarifas e barreiras bilaterais, num embate que chegou a ameaçar o equilíbrio de cadeias produtivas em diversas partes do mundo. A assinatura do novo acordo ainda não tem data definida.

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