A montadora japonesa Nissan anunciou na última segunda-feira (12) que irá demitir cerca de 20 mil funcionários em todo o mundo, como parte de um plano de reestruturação para conter prejuízos e enfrentar uma das maiores crises de sua história. O corte equivale a aproximadamente 15% da força de trabalho global da empresa e deve afetar tanto unidades no Japão quanto fábricas no exterior, segundo informações da emissora japonesa NHK.
A medida amplia o processo de enxugamento iniciado em novembro de 2024, quando a montadora já havia anunciado a dispensa de 9 mil empregados após enfrentar forte queda nas vendas nos Estados Unidos e na China. Na ocasião, a empresa registrou uma redução de 94% no lucro líquido, evidenciando o cenário financeiro crítico.

No mês passado, a Nissan alertou seus acionistas que poderá fechar o ano fiscal encerrado em março de 2025 com um prejuízo de até US$ 5 bilhões. Além das demissões, a companhia também anunciou que irá reduzir em 20% sua capacidade de produção global até o fim de 2024.
Fusão com a Honda fracassa, mas parceria tecnológica continua
Em meio à crise, a Nissan manteve conversas com a Honda visando uma possível fusão. As negociações, iniciadas em dezembro, tinham como meta um acordo até o fim de janeiro. No entanto, a proposta da Honda de transformar a Nissan em uma divisão integral da empresa acabou travando o avanço do plano.
Em comunicado conjunto, as duas montadoras anunciaram que a fusão foi descartada, mas confirmaram a continuidade da parceria firmada em agosto para o desenvolvimento conjunto de tecnologias automotivas. Havia também rumores sobre um possível investimento da Tesla, do bilionário Elon Musk, como forma de resgatar a Nissan, mas nenhuma negociação avançou.
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