Nesta sexta-feira (27), a Alemanha formalizou um pedido ao Google e à Apple para que removam o aplicativo de Inteligência Artificial (IA) da startup chinesa DeepSeek de suas lojas digitais.
A comissária de proteção de dados da Alemanha, Meike Kamp, informou que a decisão foi tomada após a descoberta de que a empresa responsável pelo modelo de IA transfere ilegalmente dados pessoais dos usuários para a China.

As duas gigantes da tecnologia dos EUA devem analisar “imediatamente” a solicitação, de acordo com o comunicado, para decidir se bloquearão o aplicativo na Alemanha.
"A DeepSeek não conseguiu fornecer à minha agência evidências convincentes de que os dados dos usuários alemães estão protegidos na China em um nível equivalente ao da União Europeia. As autoridades chinesas têm direitos de acesso abrangentes aos dados pessoais dentro da esfera de influência das empresas chinesas", afirmou a comissária.
A Alemanha entrou em contato com a DeepSeek meses antes de tomar a decisão, pedindo transparência quanto ao cumprimento dos requisitos para transferências de dados fora da UE. Contudo, a empresa chinesa se recusou a atender à solicitação.
A Itália já havia bloqueado o aplicativo no início do ano, sob a justificativa de que não há informações suficientes sobre como os dados pessoais dos usuários são processados na China. O uso também foi proibido pela Holanda em dispositivos do governo.
Autoridade afirma que DeepSeek ajudou o regime chinês a coletar informações de inteligência militar
No início da semana, uma autoridade dos EUA afirmou à agência Reuters que a DeepSeek está auxiliando o regime chinês em operações militares e de inteligência. Ainda alegou que a empresa conseguiu burlar as restrições impostas pelo governo americano por meio de empresas de fachada.
"Temos evidências de que a DeepSeek forneceu voluntariamente — e provavelmente continuará a fornecer — suporte às operações militares e de inteligência da China", disse um alto funcionário do Departamento de Estado americano à Reuters.
"A DeepSeek tentou usar empresas de fachada no Sudeste Asiático para escapar dos controles de exportação e está tentando acessar data centers na região para utilizar remotamente chips dos EUA", continuou o alto funcionário.
Em janeiro, a startup chinesa anunciou o desenvolvimento de modelos de IA que seriam mais avançados, ou estariam no mesmo nível dos modelos criados por empresas americanas como a OpenAI e a Meta, porém com custo reduzido.
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