O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, recebeu uma advertência do ministro Alexandre de Moraes durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo o UOL, a bronca ocorreu após uma pergunta feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
“Expus a ele a importância de avaliar todas as condicionantes e o dia seguinte. Eu estava focado na minha lealdade de ser franco com o ex-presidente. O brigadeiro foi contrário a qualquer coisa naquele momento. Que eu me lembre, o que o ministro da Defesa fez foi ficar calado. O [chefe da Marinha] Almir Garnier apenas demonstrou, vamos dizer assim, respeito ao comandante em chefe das Forças Armadas. Não interpretei isso como qualquer tipo de conluio”, afirmou Freire Gomes.

Na sequência, Moraes reagiu: “Se mentiu na polícia, tem que dizer que mentiu na polícia. Agora, não pode perante o STF. Solicito que, antes de responder, pense bem, porque Vossa Senhoria afirmou na polícia que o depoente e o brigadeiro Baptista Júnior manifestaram de forma contundente sua discordância em relação ao conteúdo exposto. Ou o senhor falseou a verdade à polícia ou o senhor está falseando a verdade aqui".
Freire Gomes negou ter mentido: “Com 50 anos de Exército, eu jamais mentiria. Eu e o brigadeiro Baptista nos colocamos contrários ao assunto. Não me recordo efetivamente da posição do ministro da Defesa, e o Almir Garnier expressou essa postura de estar com o presidente. Agora, não omiti nenhum dado. Sei plenamente o que falei. A intenção do que ele quis dizer com isso não me cabe interpretar.”
Durante o depoimento, o ex-comandante também confirmou que houve uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tratar sobre um possível golpe de Estado. De acordo com Freire Gomes, o encontro ocorreu no dia 7 de dezembro de 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições daquele ano.
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