O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (21), que aceitou oficialmente um Boeing 747 oferecido como presente pelo Governo do Catar. A aeronave será incorporada à frota presidencial americana e usada como Air Force One, após passar por uma revisão para garantir o cumprimento de todas as medidas de segurança exigidas.
O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, afirmou que o presente foi aceito "de acordo com todas as regras e regulamentos federais". A oferta foi feita durante a recente viagem do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, e o gesto do governo catari gerou reações imediatas no cenário político americano.

Segundo a agência Associated Press, a aeronave é um modelo superluxuoso, originalmente configurado para voos de alto padrão, e poderá ser utilizada como avião presidencial de forma temporária, enquanto os novos modelos encomendados para o Air Force One não ficam prontos — um processo que está consideravelmente atrasado.
A decisão provocou forte reação da oposição democrata, que pede uma investigação sobre um possível conflito de interesses, especialmente diante da possibilidade de o avião ser incorporado à fundação presidencial de Donald Trump após o fim de seu mandato. Já parlamentares republicanos, embora não apontem ilegalidade, expressaram preocupações quanto às implicações para a segurança nacional.

Em uma publicação na rede Truth Social na semana passada, Trump defendeu o presente e negou que a aeronave será usada para fins pessoais. “O Boeing 747 está sendo dado à Força Aérea/Departamento de Defesa dos Estados Unidos, não para mim! É um presente de uma nação, o Catar, que defendemos com sucesso há muitos anos”, escreveu o presidente. Além disso, Trump acrescentou que o avião será utilizado temporariamente pelo governo até a entrega dos novos Air Force One. “Por que nossos militares, e consequentemente nossos contribuintes, deveriam ser forçados a pagar centenas de milhões de dólares quando podem obtê-lo de graça de um país que quer nos recompensar por um trabalho bem feito?”, justificou.
Durante a viagem de Trump ao Oriente Médio, o Catar assinou importantes acordos com os Estados Unidos, incluindo um contrato da Qatar Airways para a compra de 210 aeronaves da Boeing, além de um acordo de cooperação militar entre os dois países.
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