O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta semana, como convidado, da cúpula do G7, realizada em Calgary, no Canadá. O evento reuniu os chefes de Estado e de governo das sete maiores economias do mundo — Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Durante sua participação, Lula fez declarações controversas que repercutiram internacionalmente e se tornou alvo de críticas por parte da oposição brasileira.
Entre os principais pontos de repercussão, estão críticas à existência do próprio G7, um discurso alinhado a posições de países como Irã e Rússia, uma interrupção ao premiê canadense por problemas técnicos e um momento de distração durante a foto oficial do encontro.

“Não há necessidade de o G7 existir”
Logo após desembarcar no Canadá, Lula declarou a jornalistas que o G7 não tem mais relevância internacional. “No fundo, não há nem necessidade de existir o G7. O G20 é mais representativo. Tem mais densidade humana, mais densidade econômica”, afirmou. O presidente referiu-se ao encontro como “a festa dos ricos”: “Participo para não dizer que recusei”.
A declaração gerou desconforto diplomático e foi apontada por analistas como semelhante à retórica adotada por líderes de regimes autoritários como Vladimir Putin (Rússia) e Xi Jinping (China), que frequentemente questionam a estrutura da atual governança global.
Discurso reforça críticas a Israel
Durante sua fala oficial, Lula voltou a criticar a atuação de Israel em Gaza, embora sem citar diretamente o país. Ele classificou os ataques como uma “matança indiscriminada de mulheres e crianças” e acusou países de seletividade ao não reconhecerem o Estado Palestino. Lula também responsabilizou os “recentes ataques de Israel ao Irã” pela escalada de tensão no Oriente Médio, omitindo as ações agressivas do governo iraniano.
Gafe com premiê canadense
Outro momento constrangedor ocorreu na abertura da cúpula, quando Lula interrompeu o discurso do primeiro-ministro canadense, Mark Carney, por causa de falhas na tradução simultânea. Lula reclamou em voz alta: “Tem que falar aí, a intérprete. Não tá saindo”, disse, enquanto outros líderes aguardavam em silêncio.
A fala interrompida só foi retomada após quase dois minutos, quando o equipamento de áudio foi substituído. O canadense pediu desculpas e prosseguiu com o discurso.
Distração na foto oficial
Na tradicional fotografia oficial do G7, Lula também se envolveu em uma situação inusitada. Enquanto os líderes se posicionavam para o registro, o presidente brasileiro virou-se para conversar com o presidente do Conselho Europeu, António Costa. A distração fez com que Emmanuel Macron (França) e o próprio premiê canadense o chamassem de volta para a posição correta, o que arrancou risadas do grupo.
Oposição reage com críticas
As ações de Lula no G7 não passaram despercebidas no Brasil. O senador Sergio Moro (União-PR) disse que o presidente “mostra sinais de senilidade” e ironizou que, em um eventual segundo mandato, “o Brasil seria de fato governado pela Janja”, referindo-se à primeira-dama Rosângela da Silva. Já o deputado Filipe Barros (PL-PR) apelidou Lula de “Biden brasileiro”, numa crítica comparativa ao ex-presidente dos EUA, Joe Biden, que deixou a corrida eleitoral em meio a questionamentos sobre sua capacidade cognitiva.
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