Rauena Pinheiro
O ministro Alexandre de Moraes contestou a declaração de uma testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. A contestação ocorreu nesta quarta-feira (28), durante audiência no processo que apura os atos de 8 de janeiro de 2023.
A testemunha, Rosivan Correia de Souza, servidor da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), afirmou que o Comando-Geral da Polícia Militar do DF (PMDF) teria apenas um vínculo administrativo com a secretaria, e não uma relação de subordinação.
A declaração gerou reação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que solicitou que o servidor esclarecesse se, de fato, não existia relação hierárquica entre a SSP e a PMDF.
A defesa de Anderson Torres interveio, afirmando que, de acordo com o organograma do governo do DF, a relação seria de vinculação, e não de subordinação direta. Alexandre de Moraes seguiu a mesma linha de Paulo Gonet e reagiu à fala de Souza: “Eu fui secretário de Segurança. Há relação de total subordinação. O secretário de Segurança comanda a Polícia Militar e a Polícia Civil”, afirmou o ministro.
Em seguida, Moraes exigiu que a testemunha respondesse de “forma objetiva”, mesmo após o servidor explicar que isso era uma questão regimental. Diante da insistência, Souza manteve a versão inicial e afirmou que a SSP possui apenas uma vinculação administrativa com a PMDF. Moraes ironizou e questionou o servidor: “O secretário de Segurança é uma rainha da Inglaterra aqui?”
Diante da ironia, Rosivan Correia de Souza respondeu: “Não diria uma rainha da Inglaterra. Atualmente, há uma vinculação mais forte.” Moraes, então, questionou: “O que o senhor define como vinculação?”, e o servidor respondeu que isso seria uma certa subordinação.
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