Dois ex-diretores da Volkswagen foram condenados pelo Tribunal Regional de Braunschweig, na Alemanha, nessa segunda-feira (26), por envolvimento na fraude relacionada ao escândalo de emissões conhecido como “Dieselgate”. A condenação ocorre dez anos após a revelação do caso, que já custou à montadora cerca de R$ 206 bilhões em acordos.
O ex-chefe de desenvolvimento de motores a diesel da empresa foi condenado a quatro anos e meio de prisão, enquanto o ex-chefe de tecnologia de propulsão recebeu uma pena de dois anos e meio. As informações são da agência de notícias Deutsche Presse-Agentur.

O caso, que envolve a instalação de um software em milhares de veículos para fazê-los parecer mais ecológicos do que realmente eram, ainda está longe de ser concluído. Promotores seguem investigando a extensão do envolvimento de ex-integrantes da empresa na fraude das emissões. Segundo um porta-voz do tribunal, ainda há quatro processos criminais em andamento contra 31 réus.
Além das ações penais, a Volkswagen também enfrenta um processo civil separado. Investigadores alegam que a empresa deixou de informar o mercado, em tempo hábil, sobre o uso do software ilegal que manipulava os dados de emissões dos veículos.
A promotoria reuniu mais de 75 mil páginas de evidências para o julgamento, na tentativa de identificar quem, dentro da empresa, participou do desenvolvimento da fraude.
O ex-CEO Martin Winterkorn continua respondendo a processo criminal, mas diversos outros executivos, incluindo o presidente do conselho de supervisão, Hans Dieter Pötsch, evitaram o julgamento após a montadora pagar cerca de R$ 60 milhões, em 2020, para encerrar as acusações de manipulação de mercado.
As audiências contra Winterkorn estavam previstas para serem retomadas no ano passado, mas foram canceladas em janeiro deste ano. O tribunal alegou que o ex-executivo está inapto para ser julgado por motivos de saúde.
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